Quase uma semana depois da passagem do ciclone Eloise, os moradores dos arredores da cidade da Beira, em Moçambique, ainda deambulam por ruas inundadas e cheias de escombros. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) é uma das várias agências da ONU que está a colaborar com o governo moçambicano e outras organizações humanitárias para assegurar uma resposta rápida e coordenada às necessidades das populações afetadas.
De acordo com o Instituto Nacional para a Gestão e Redução de Riscos de Desastre, mais de 175 mil pessoas foram afetadas, e mais de 8.000 casas ficaram destruídas, inundadas ou com danos causados pela passagem do ciclone, no passado dia 23 de janeiro. Há ainda o registo de pelo menos seis vítimas mortais.
Três dias após a tempestade, foram reabilitados 32 centros de alojamento na província de Sofala para garantir abrigo temporário a mais de 15.000 pessoas. Os espaços, no entanto, carecem de alimentos, água potável, kits de higiene, materiais de proteção contra a Covid-19, redes mosquiteiras, cobertores, lanternas, lonas impermeáveis, sabão e kits de primeiros socorros.
Os técnicos da OIM alertam ainda para as centenas de famílias deslocadas, que procuraram refúgio em escolas, edifícios públicos e espaços religiosos, e que fugiram do ciclone levando consigo apenas a roupa que tinham no corpo. Muitas destas pessoas dizem ter perdido os alimentos que tinham em casa, as ferramentas de cultivo e sementes, e que as terras de cultivo também ficaram alagadas, uma situação que gera preocupações acrescidas quanto ao futuro da segurança alimentar na região.