Manter a identidade da missão, reforçar a presença na Igreja local e cultivar o espírito de santidade. Estes são os três principais desafios que enfrentam os missionários na atualidade, segundo Giovanni Crippa, missionário da Consolata e bispo da diocese de Estância, no Brasil.
Na sessão inaugural do ciclo de conferências online promovido pelos Missionários da Consolata em Portugal, no âmbito da A 31ª Peregrinação da Família Missionária da Consolata (FMC) – este ano apenas em ambiente digital devido às restrições impostas pela pandemia – o bispo inspirou-se no carisma do fundador da congregação para apelar a uma “reinvenção” do ser missionário, sem amarras ao passado, mas tornando-se presente na atualidade, com visão de futuro e consciência da universalidade da Igreja.
“A missão é o termómetro da nossa fé. O conceito de ‘ad gentes’ precisa de ser reinterpretado. Nós existimos para os infiéis, existimos para a missão. E este deve ser o nosso objetivo muito firme”, afirmou o bispo na noite desta sexta-feira, 29 de janeiro, salientando que o passado não deve ser encarado “como uma norma para emoldurar”, mas como uma fonte de inspiração para olhar o futuro, tornando-se presente “de uma forma atual”.
Recordando que a “universalidade faz parte da Igreja”, uma característica que o fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata, beato José Allamano, tanto promoveu com a insistência no encontro com outros povos e culturas, Giovanni Crippa pediu “uma inserção profunda na Igreja local”, para que, a partir daí, se possa olhar o mundo de forma mais abrangente, mais consistente, mais missionária e mais universal.
Por fim, e recorrendo ao pedido que Allamano fazia insistentemente aos seus pares – “Primeiro santos, depois missionários” -, o prelado salientou que de nada vale “percorrer o mundo” se “faltar este espírito de santidade, de configuração a Cristo”. “Se não forem santos, sereis apenas sombras de missionários”, concluiu o bispo de Estância.
A Peregrinação da Família Missionária da Consolata a Fátima estava agendada este ano para o dia 20 de fevereiro, com o tema: “Atreve-te a ser para os outros!”, mas devido às restrições para travar a propagação da Covid-19, foi criado um programa alternativo.