O programa de assistência internacional “Europana” já prestou apoio a mais de 36 mil migrantes venezuelanos no Peru, nas áreas de segurança alimentar, proteção, alojamento e higiene, revelou esta semana o coordenador do projeto no país sul-americano. A iniciativa conta com o apoio da Cáritas Peru.
“No âmbito das atividades de segurança alimentar entregamos kits de alimentos com produtos básicos a famílias migrantes que se encontram em situação de vulnerabilidade. No setor da proteção, desenvolvemos serviços como assessoria jurídica, informação em direitos e assistência psicológica”, explicou Yeri Cornejo, em declarações à agência Fides.
O “Europan” é um programa de assistência internacional para a promoção, assistência e proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade na Venezuela, assim com a migrantes e requerentes de asilo e populações locais desfavorecidas na Colômbia, Brasil, Bolívia, Equador e Peru. Depois da pandemia, foi ampliada a abrangência do projeto, que passou a pagar o arrendamento de habitações para evitar despejos nas comunidades migrantes venezuelanos no Peru.
A emigração venezuelana na América do Sul é um fenómeno de proporções nunca vistas pela quantidade de pessoas que se movimentaram, ao ponto de lotarem os centros de assistência e acolhimento em todos os países. Um exemplo recente é o Chile, onde em poucos dias cerca de um milhão de pessoas migraram à força para salvarem as suas vidas ou procurarem melhores condições de vida. Estas pessoas correm o risco de cruzar o deserto, com crianças e idosos que se expõem aos perigos do tráfico de seres humanos.
O Peru é atualmente o país com mais venezuelanos. Em janeiro deste ano, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estimou em mais de um milhão o número de venezuelanos no Peru, além dos mais de 400 mil que tinham pedido asilo. Mas a ideia generalizada é que há mais do dobro de venezuelanos refugiados em todo o território peruano.