O arcebispo greco-melquita de Aleppo reiterou um apelo pelo fim das medidas coercivas impostas à Síria, alegando que só contribuem para agravar a já dramática situação humanitária no país, sem afetar o regime de Bashar al-Assad. As sanções, segundo Jean-Clément Jeanbart, apenas tornam as pessoas mais pobres e sem acesso aos bens necessários para viver com dignidade.
“As pessoas não têm mais alimentos, eletricidade, combustível e gás suficientes para aquecer suas casas. Não conseguem obter empréstimos. Realmente perderam tudo”, afirmou o prelado em entrevista à secção britânica da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), salientando que o único resultado das sanções “é o de fazer sofrer as pessoas e torná-las pobres e miseráveis, sem provocar nenhum impacto no governo e na sua política”.
Para Jean-Clément Jeanbart, é fundamental também criar condições de abertura ao diálogo como Bashar al-Assad: “É necessário um diálogo justo que deixe aberta a possibilidade ao governo e ao Presidente de apresentarem seus pedidos. Os governos ocidentais podem exercer pressão oferecendo o que é pedido, desde que concordem em encontrar um caminho para a paz e mudar alguns dos seus comportamentos”.
O pedido do arcebispo segue-se ao apelo feito em 21 de janeiro ao novo Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, pelo secretário-geral do Conselho das Igrejas do Oriente Médio (MECC), Michel Abs, juntamente com o patriarca sírio-ortodoxo Mar Ignatius Afrém II, o sírio-católico Ignace Yussif III Younan e o greco-melquita Youssef Absi, para que fosse dada uma “resposta urgente” que ajudasse os sírios a aliviar a crise humanitária.