Várias organizações não governamentais ligadas à defesa do ambiente criticaram a falta de ambição global para combater a emergência climática, numa reação ao relatório da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que analisa os programas dos países para reduzir as suas emissões contaminantes e travar o aquecimento global.
O documento revela que apenas 40 por cento dos subscritores do Acordo de Paris (75 países) apresentaram os seus planos de redução de emissões e que estes supõem somente 30 por cento do total de emissões de gases que provocam o efeito estufa, já que os grandes poluidores, como a China, Índia ou Estados Unidos da América (EUA), não os apresentaram. Além disso, os planos apresentados propõem uma redução de emissões para 2030 de um por cento, longo dos 45 por cento que o Grupo de Especialistas sobre Alterações Climáticas recomenda.
“Este relatório mostra com cifras como os governos estão a fracassar na luta contra as alterações climáticas”, criticou a diretora executiva da Rede de Ação Climática, Tasneem Essop, salientando os “débeis compromissos” do Japão, Austrália e Brasil na luta contra as alterações globais, mas sobretudo a posição dos maiores poluidores, EUA e China, que nem sequer apresentaram planos de redução de emissões.
A responsável de Política Climática de Christian Aid, Kat Kramer, por sua vez, classificou de “inexplicavelmente espantoso” o escasso corte de emissões previsto e de “vergonhoso” o facto de só 75 países responsáveis por 30 por cento das emissões terem apresentado os seus planos de redução de emissões.
Na sua opinião, são necessárias “reduções imediatas e drásticas” das emissões contaminantes “nos próximos anos”, assim como a saída “urgente” da “produção e consumo de todos os combustíveis fósseis”. Em suma, a responsável considera “vital” que a comunidade internacional mude de rumo para a Cimeira do Clima deste ano (CPO26), prevista para novembro em Glasgow, na Escócia.