Um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revela que mais de 168 milhões de crianças em todo o mundo estiveram sem aulas quase um ano, devido às restrições impostas pela crise pandémica, e pelo menos um em cada sete alunos perdeu 75 por cento da aprendizagem em aulas presenciais. O documento realça ainda que as escolas permanecem fechadas em vários países, afetando 98 milhões de menores.
“A cada dia que passa, as crianças sem acesso à escola presencial ficam cada vez mais para trás, com os mais marginalizados pagando o preço mais alto. Nenhum esforço deve ser poupado para manter as escolas abertas ou priorizar a reabertura”, afirma a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore, sublinhando que os alunos não podem ter um segundo ano letivo assim sob pena de sofrerem consequências arrasadoras na aprendizagem.
A maioria das crianças confia nas escolas como um lugar onde se pode interagir com os seus colegas, procurar apoio, ter acesso a serviços de saúde e imunização e uma refeição nutritiva. O que quer dizer que “quanto mais as escolas permanecem fechadas, mais as crianças ficam isoladas desses elementos críticos da infância”, adianta a responsável.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (UNESCO), mais de 888 milhões de crianças em todo o mundo continuam a enfrentar interrupções, totais ou parciais, na sua educação. E as mais vulneráveis e as que não têm acesso ao ensino à distância correm um risco maior de nunca mais voltar à sala de aula e até de serem forçadas ao casamento infantil ou ao trabalho infantil.