Vacina

“Uma dose de igualdade: pelo acesso universal à vacinação Covid-19”. Este é o nome da campanha lançada esta quinta-feira, 11 de março, pela Amnistia Internacional (AI), para reclamar o acesso universal às vacinas, agora limitadas a um pequeno grupo de países, e pedir às farmacêuticas que partilhem o seu conhecimento para aumentar o número de doses a nível global. A iniciativa é acompanhada de uma petição, que pode ser subscrita na página eletrónica da organização de defesa dos direitos humanos.

No lançamento da campanha, a AI apela aos Estados que parem de se envolver no “nacionalismo pelas vacinas” e trabalhem juntos para garantir que aqueles que estão em maior risco de contrair a Covid-19 em todos os países possam ter acesso às vacinas. Até agora, os países ricos compraram mais de metade do suprimento mundial de doses. Estes mesmos países, que representam apenas 16 por cento da população mundial, já administraram mais de 60 por cento das doses mundiais, enquanto mais de 100 nações ainda não vacinaram uma única pessoa.

Por outro lado, recorda a organização, foram investidos milhares de milhões de dólares do dinheiro dos contribuintes para ajudar empresas como a AstraZeneca, Moderna e Pfizer/BioNTech a desenvolver e produzir vacinas, mas essas empresas – e outras – recusam-se a partilhar a investigação, o conhecimento e a tecnologia. Isso significa que outras empresas farmacêuticas não podem aproveitar esses avanços da ciência para aumentar a sua própria produção de vacinas, o que, por sua vez, aumentaria a oferta de vacinas, de modo a serem acessíveis a países com orçamentos menores.

Em maio de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou o Grupo de Acesso à Tecnologia Covid-19 (Covid-19 Technology Access Pool/C-TAP) para que as empresas pudessem reunir dados e conhecimentos e, em seguida, licenciar a produção e transferência de tecnologia para outros produtores potenciais, com o objetivo de garantir que as pessoas em todos os lugares poderiam ter acesso às vacinas mais rapidamente. Porém, até agora, nenhuma empresa farmacêutica aderiu ao C-TAP.

Para inverter a atual situação neste domínio, a AI defende que os Estados devem intensificar as suas ações, colocando pressão sobre as empresas para fazerem a sua parte e trabalharem coletivamente para garantir que as pessoas em maior risco em todo o mundo sejam vacinadas o mais breve possível.