Um grupo de 47 organizações da sociedade civil brasileira denunciou o colapso do sistema de saúde no sudeste do Pará, onde os hospitais de referência para tratamento da Covid-19 atingiram a lotação máxima, e pediu às autoridades regionais que determinem o confinamento urgente para impedir a propagação da doença.
“O momento é de uma emergência dentro da emergência! […] Nesse momento, salvar vidas e manter o comércio e outros espaços não essenciais abertos são atos incompatíveis”, afirmam os representantes das organizações, em carta enviada para a prefeitura municipal de Altamira e outras entidades governativas regionais.
A região de Altamira é zona de referência para indígenas e ribeirinhos de 11 Terras Indígenas e sete Unidade de Conservação e já tem confirmados 20,7 mil casos de Covid-19 e mais de 400 mortes. Segundo dados do Grupo de Monitorização Epidemiológico da Faculdade de Medicina local, a taxa de letalidade de pacientes entubados nas unidades de cuidados intensivos situa-se entre os 80 e 90 por cento.
O movimento “Respira Xingu” lamenta ainda a falta de camas, profissionais de saúde, medicamentos e equipamentos para enfrentar a pandemia: “Vivemos uma primeira onda de contaminação em 2020 e esperava-se uma curva de aprendizagem maior. Na prática, percebemos que pouco evoluímos para enfrentar essa segunda onda que veio muito mais forte e de uma vez em todo o território nacional”.