O processo de vacinação mundial contra a Covid-19 continua a acentuar o fosso entre os países com maiores recursos e as nações mais pobres. Há países a vacinar pessoas jovens e saudáveis com baixo risco de contágio, enquanto outros ainda nem sequer conseguiram vacinar os seus profissionais de saúde, idosos e outros grupos de risco.
“É chocante verificar como pouco foi feito” para evitar um “fracasso moral catastrófico”, alertou esta semana o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinhando que “a distribuição injusta de vacinas não é apenas um insulto moral, é também auto-destrutiva do ponto de vista económico e epidemiológico”.
Segundo Tedros Ghebreyesus, a rápida vacinação pode comprar segurança a curto prazo, mas é uma falsa sensação de segurança, já que, quanto mais transmissão, mais variantes surgem, e quanto mais variantes surgem, maior a probabilidade de serem resistentes às vacinas. Por outro lado, enquanto o vírus continuar a circular em algum lugar, as pessoas continuarão a morrer, o comércio e as viagens continuarão interrompidos e a recuperação económica mantém-se adiada.