O mês de março é marcado pelas comemorações no âmbito da promoção e defesa dos direitos humanos, através da luta contra as violações e injustiças. Celebrámos, no dia 7 de março, o Dia de Luto Nacional pelas Vítimas de Violência Doméstica, a 21 de março, o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial, e hoje, 24 de março, é o Dia Internacional para o direito à verdade para as vítimas de graves violações dos direitos humanos. Não há dúvida nenhuma que existem muitos grupos seriamente desfavorecidos. Por isso, é fundamental afrontarmos de olhos abertos, a terrível situação do presente.
Os dados da realidade revelam uma grande preocupação, e várias organizações nacionais e internacionais admitiram que os casos de violência doméstica e violações dos direitos humanos aumentaram em tempos de confinamento, lembrando que muitas vítimas têm sofrido em silêncio. Em alguns países, as próprias autoridades também violaram direitos humanos com o argumento do combate à pandemia. A Amnistia Internacional tem pedido os governos para salvaguardarem os direitos humanos especialmente neste período. A organização de defesa dos direitos humanos regista cerca de 60 países cujas autoridades cometeram abusos de direitos humanos usando força excessiva para implementar as ordens de recolhimento obrigatório. A preocupação é ainda maior com os efeitos negativos nos grupos mais vulneráveis, como idosos, pessoas em situação de sem-abrigo, mulheres, crianças e migrantes.
A violação dos direitos humanos de qualquer pessoa é sempre grave, e não se pode defender um dos direitos violando qualquer outro. De acordo com a Declaração de Viena de 1993 da ONU, todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. É imprescindível o respeito pelos direitos humanos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
No dia internacional para o direito à verdade para as vítimas de graves violações dos direitos humanos, presta-se homenagem a Óscar Romero, Arcebispo de El salvador, assassinado a 24 de março de 1980. Ele denunciou a repressão do regime militar e muitos casos de violações dos direitos humanos dos indivíduos mais vulneráveis do seu país. Num relatório enviado para Roma usaram esta afirmação: “Romero escolheu o povo e o povo escolheu Romero”.