A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) decidiu lançar um projeto piloto que permite que pessoas desfavorecidas possam fazer as suas próprias compras. A iniciativa ganha forma através de um cartão, com um “saldo equiparado ao valor dos cabazes de alimentos entregues habitualmente” e que poderá ser “usado em compras de supermercado, escolhidas pela família beneficiária”, explica o movimento humanitário, em comunicado.
O grupo experimental desta iniciativa envolveu “1.170 famílias, representadas por 3.000 pessoas”, indica a Cruz Vermelha. Através desta dinâmica, a CVP pretende “dignificar as populações vulneráveis e permitir que estas possam usufruir da escolha de produtos e bens alimentares de acordo com a sua preferência”.
De forma a ajudar na gestão do orçamento mensal deste cartão, as famílias apoiadas “vão continuar a ser apoiadas pelos técnicos da Cruz Vermelha, nomeadamente assistentes sociais e nutricionistas, que farão o trabalho de sensibilização para os produtos a escolher”, adianta o movimento humanitário.
Segundo a CVP, o saldo do cartão vai estar dependente da quantidade de elementos do agregado familiar. “O cartão com o saldo mais baixo terá o valor de 50 euros e será alocado a um beneficiário individual, 75 euros para um agregado com dois ou três elementos, 100 euros para quatro elementos e, para agregados com mais elementos, será acrescentada uma percentagem por cada novo elemento”, de dez por cento.
O cartão poderá ser utilizado em “todas as lojas Continente ou Continente online”. Face aos resultados da fase experiencial, a Cruz Vermelha Portuguesa prevê que esta iniciativa se possa revelar uma “estratégia inovadora e adaptada ao contexto atual para promover dignidade e solidariedade”.
Texto: Juliana Batista