Com o objetivo de ajudar cidadãos moçambicanos, está em curso a campanha “Ajude-nos a semear esperança em Moçambique”. As ofertas reunidas serão utilizadas para a “aquisição de alimentos” e para a “compra de novas sementes, para lançar à terra, ajudando em futuras colheitas e na subsistência alimentar de muitas famílias”.
A campanha está a ser promovida pela Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), um organismo existente desde 1980, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento das populações. Em comunicado, a associação explica que populações do interior de Moçambique se alimentam do que colhem em cada época agrícola, pelo que se encontram “dependentes das condições climatéricas para terem ou não uma boa produção, ou seja, terem ou não alimentos para sobreviverem nos meses seguintes”.
Segundo a ADPM, nos “últimos meses, período em que deveria ter chovido, a queda de água foi quase inexistente e muito irregular, com temperaturas muito elevadas, pelo que todas as sementes lançadas à terra não germinaram, provocando escassez de alimentos e, por isso, insegurança alimentar, em muitos casos crítica, na generalidade das famílias”.
Em Monapo, na província de Nampula, onde a associação se encontra presente, a “situação é angustiante em várias localidades do distrito”. Atualmente, “muitas famílias, com enormes carências alimentares, consomem o pouco que a natureza lhes oferece, como o capim, erva sem qualquer valor nutritivo”. A organização portuguesa afirma que esta é uma “situação extremamente preocupante e que agrava o contexto de desnutrição severa que muitas crianças e também adultos já tinham”.
Segundo a Associação de Defesa do Património de Mértola, a quantidade de pessoas “com necessidades urgentes torna o esforço feito pelas entidades locais insuficiente, quer em termos de alimentos, quer de insumos para as sementeiras”. A campanha lançada pela organização é, assim, um meio para “minimizar esta situação”, procurando contribuir para a “recuperação da produção alimentar das famílias”.
A ADPM afirma que “todo o valor angariado será entregue a associações de agricultores locais que se encarregarão de comprar os alimentos e as sementes para entregar às famílias em situação de grave carência alimentar, já identificadas pelos responsáveis governamentais”.
Texto: Juliana Batista