A Peregrinação Internacional Aniversária de maio tem início na noite desta quarta-feira, 12 de maio, no Santuário de Fátima. As celebrações serão presididas por José Tolentino Mendonça, cardeal, arquivista e bibliotecário do Vaticano. Em declarações à comunicação social Tolentino Mendonça começou por contar que também ele, neste 12 de maio, peregrinou entre Porto de Mós e Fátima, à semelhança de tantos peregrinos que nos últimos dias têm percorrido as estradas de Portugal.
O bibliotecário do Vaticano afirmou que Fátima é um lugar de “religiosidade tradicional”, mas também um “lugar de modernidade”, onde muitas pessoas têm o “primeiro contacto com a fé cristã”. Mesmo num cenário de pandemia, “pelas estradas, os peregrinos abrem o coração a experiências de Deus”, disse Tolentino Mendonça. Perante a atual “crise poliédrica” que “toca todos os aspetos da vida” é preciso “recomeçar a reconstruir” e a “dimensão espiritual” é um entre os vários “desafios colocados” atualmente. “Viver em pandemia é uma grande lição”, disse em Fátima o bibliotecário do Vaticano.
Também António Marto, cardeal e bispo na diocese de Leiria-Fátima, se dirigiu aos jornalistas, e, perante o atual cenário pandémico frisou que “todos devem ter acesso à vacina”, e que esta não deve ser usada como uma “arma geopolítica”, uma vez que se trata de um “bem comum”, que tem em vista a “saúde pública”. O cardeal apelou à “atenção ao próximo”, ao “respeito pela dignidade” humana e à existência de um “trabalho digno” para todas as pessoas. Apesar das igrejas terem fechado portas em altura de confinamento, António Marto lembra que a mesma Igreja também se dedicou a “assistir pobres” e a “criar redes de solidariedade”.
O bispo de Leiria-Fátima recordou também o momento em que o Papa Francisco lhe manifestou a intenção de se deslocar à Cova da Iria, por ocasião da sua participação na Jornada Mundial da Juventude, em 2023, que terá lugar na capital portuguesa. António Marto considera que esta será uma “oportunidade para a economia local que tem sentido a crise” atual, e que a intenção do Santo Padre mostra a “ligação forte entre o Papa e Fátima”.
Em declarações aos profissionais de comunicação social, Carlos Cabecinhas, sacerdote e reitor no Santuário de Fátima, apontou para a existência de um espaço dedicado àqueles que se encontram numa situação de fragilidade. “Durante este ano, teremos condições para avançar com um centro de escuta e de atendimento, para aquelas pessoas que precisam de apoio espiritual para enfrentarem as situações da vida”, disse o responsável.
Segundo Carlos Cabecinhas, o Santuário de Fátima tem-se encontrado a “incrementar os apoios sociais aos mais carenciados, quer apoiando instituições socio-caritativas, quer pessoas individualmente consideradas”. O reitor do templo mariano explicou que “tudo isto se insere no contexto do apoio concreto à fragilidade humana, a que o tema deste ano pastoral desafia o santuário”. As cerimónias têm início pelas 21h30 desta quarta-feira, na Capelinha das Aparições.