Perante a grave crise migratória em Ceuta, um território espanhol localizado no norte de Marrocos, os bispos da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), através do Departamento de Migração, divulgaram uma nota onde dão conta da sua preocupação pela situação. Os bispos fazem um apelo ao “valor supremo da vida e da dignidade humana”, e referem que “o desespero e o empobrecimento de muitas famílias e menores não podem e não devem ser usados por nenhum Estado para explorar as aspirações legítimas dessas pessoas para fins políticos”.
A CEE expressa a sua solidariedade para com as dioceses de Cádiz, Ceuta, Málaga e Melilla, pela sua “atenção e acolhimento oferecido aos migrantes”. Os bispos da Conferência Episcopal Espanhola alertam para a importância de proteger os direitos dos migrantes, “especialmente dos menores”. Os prelados apelam a uma “atitude de convivência pacífica”, e frisam que “a melhor política é aquela a serviço do bem comum”.
Através da sua conta pessoal na rede social twitter, Juan José Omella, arcebispo de Barcelona e presidente da CEE, faz um apelo – “Peço ao Senhor que ajude os nossos líderes políticos para que encontrem uma solução para o grave problema que Ceuta está a enfrentar. Que os irmãos e as irmãs mais vulneráveis não sejam os mais prejudicados”. O bispo agradece a todas as entidades que apoiam os migrantes no terreno. “Desejo manifestar a minha solidariedade às dioceses de Cádiz, Ceuta, Málaga e Melilla. Também quero agradecer à Caritas, à Cruz Vermelha, às forças de segurança do Estado e a muitas outras entidades pela sua dedicação”, refere o arcebispo.
A fotografia de um bebé salvo por um agente do Grupo de Atividades Especiais Subaquáticas da Guarda Civil (GEAS) está a tornar-se um símbolo do problema vivido em Ceuta. Desde a passada terça-feira, 18 de maio, cerca de 8 mil migrantes, entre eles 1.500 menores, tentaram alcançar território espanhol a nado. Milhares de migrantes foram enviados de volta ao Marrocos.