O confronto armado entre o exército e as forças regionais em Tigray, na Etiópia, eclodiu há sete meses e causou a destruição de quase 60 por cento das instalações de saúde, cerca de 57 por cento dos poços em 13 cidades não se encontram em funcionamento e um quarto das escolas da região foram danificadas. A este cenário soma-se o problema da crescente desnutrição generalizada.
Segundo Michele Servadei, responsável pela equipa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na Etiópia, a situação em Tigray “continua a ser de violência e de guerrilhas”, e “centenas de crianças ficaram sem pais ou parentes próximos” devido aos ataques. De acordo com o profissional, a agência das Nações Unidas dedicada às crianças está a trabalhar para “garantir que a ajuda básica continue a chegar aos mais necessitados e que as pessoas possam aceder com segurança os serviços básicos”.
Michele Servadei explica que estão a ser “feitos esforços para aumentar a presença de agentes do UNICEF na região”, de forma a dar resposta às necessidades no terreno, mas adianta que “nem sempre é possível chegar aos mais necessitados nas áreas rurais”. As pessoas deslocadas pelo conflito encontram-se, sobretudo, alojadas em escolas, o que “compromete qualquer tentativa de normalizar a vida das crianças”, lamenta o responsável pela equipa do UNICEF na Etiópia.