O Papa Francisco apela ao diálogo e à paz para o Estado de e-Swatini, localizado no sul de África. Da antiga Suazilândia chegam “notícias de tensões e violências”, envolvendo há diversas semanas duros protestos contra o rei Mswati III, o último monarca absolutista do continente africano que governa aquele país há 35 anos.
Perante este cenário, o Santo Padre pede a reconciliação entre as partes envolvidas. “Convido aqueles que têm responsabilidades e aqueles que expressam suas aspirações para o futuro do país, a fazer um esforço comum para o diálogo, a reconciliação e a composição pacífica das diferentes posições”, disse o Sumo Pontífice, neste domingo, 4 de julho.
Os atuais protestos são motivados pela morte de Thabani Nkomonye, um estudante de Direito, ocorrida no passado mês de maio, com a polícia a ser acusada do seu assassinato. A mobilização é a maior no país desde as manifestações de 2019 e ampliou-se na última semana de junho, à medida que a repressão aumentava. O rei Mswati III reagiu aos protestos através do bloqueio da internet, da imposição de um toque de recolher e mobilizando o exército contra os manifestantes. Segundo ativistas e forças da oposição, a violência teria provocado dezenas de mortos e diversos feridos. As autoridades negaram os assassinatos.
Perante este cenário, José Luis Ponce de León, bispo de Manzini, a única diocese do país, apela à calma e ao diálogo. “Responder com fogo ao fogo servirá somente para reduzir este país a cinzas”, referiu o prelado, que reconhece os motivos da tensão, mas afirma que a única via para acabar com atual violência passa por um “diálogo aberto”, com o envolvimento de todas as partes. “Como escreveu o Papa Francisco na Fratelli Tutti, o diálogo social autêntico pressupõe a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro, aceitando a possibilidade de que ele contenha convicções ou interesses legítimos”, disse o bispo, citado pelos serviços de comunicação do Vaticano.