Duas em cada três crianças sul sudanesas encontram-se desesperadas por ajuda humanitária, alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Segundo a agência dedicada às crianças, “4,5 milhões de menores precisam de receber assistência com urgência”, o que representa “o número mais alto desde que o país conquistou a independência, há dez anos”.
De acordo com o UNICEF, o Sudão do Sul vive “uma das piores crises humanitárias do mundo”, onde o “nível de insegurança alimentar é extremo”, devido a fatores como inundações, secas e uma “crise económica profunda”, sendo que o acordo de paz no Sudão o Sul está apenas a ser cumprido “de forma parcial”, existindo, por isso, conflitos e violência.
Henrietta Fore, diretora-executiva do Unicef, afirma que a “infância da maioria das crianças sul-sudanesas com dez anos de idade é prejudicada pela violência e crises de abusos de direitos”. A taxa de mortalidade infantil naquele país africano é a maior do mundo, com uma entre dez crianças a não conseguir viver até os cinco anos.
Prevê-se que em 2021 “1,4 milhão de menores” sofram de desnutrição aguda, sendo que “milhares poderão morrer se não receberem tratamento”. No que ao setor da educação diz respeito, são “2,8 milhões de alunos” que não frequentam as salas de aula, e devido à pandemia da covid-19, “um total extra de 2 milhões de menores deixaram de frequentar a escola”.
Com o objetivo de atenuar o sofrimento desta população, o UNICEF encontra-se no terreno, procurando “aumentar a sua capacidade em examinar e tratar as crianças desnutridas”. Outras prioridades da agência das Nações Unidas passa por “garantir acesso à água potável, à higiene básica e ao saneamento”.