Um dos aspetos que mais se tem acentuado nas últimas décadas em Portugal, ao nível do futebol, uma das modalidades, senão a mais importante modalidade desportiva do país, é a emigração de jogadores nacionais para os quatro cantos do mundo. Como salientam João Nuno Coelho e Nina Clara Tiesler, no estudo O paradoxo do jogo português: a omnipresença do futebol e a ausência de espectadores
dos estádios, parece mesmo “que hoje o país é conhecido no estrangeiro especialmente
pelo futebol e respectivas celebridades”.
Não obstante, o mediatismo de jogadores como Cristiano Ronaldo, João Félix, Bruno Fernandes ou Renato Sanches, o rol hodierno da diáspora futebolística lusa não se cinge apenas aos casos mais famosos, pelo contrário, espraia-se por inúmeros atletas que impelidos por motivos profissionais ou razões financeiras, ciclicamente optam por jogar no estrangeiro.
Ainda num dos últimos estudos elaborados pelo Observatório do Futebol do Centro Internacional de Estudos do Desporto (CIES), em 2019, havia 362 jogadores lusos a jogar em campeonatos estrangeiros. Contexto que contribuiu para que Portugal fosse nesse ano o 13.º país com mais atletas profissionais de futebol a jogar além-fronteiras, sobretudo, em Inglaterra, o principal destino dos portugueses, seguido de Espanha e da Grécia. De acordo com o estudo em causa, o topo dos países exportadores de jogadores de futebol foi em 2019 ocupado pelo Brasil, que teve nesse ano 1600 futebolistas a atuar no estrangeiro, seguido da França, com 948 atletas, e da Argentina, com 913.
Ainda ao nível dos atletas portugueses que jogam no estrangeiro, é também cada vez mais notório o número crescente de lusodescendentes que integram plantéis de equipas de tradicionais países de destino da emigração portuguesa. Mormente a França, Suíça e Luxemburgo, e que por via do seu talento futebolístico já integraram as convocatórias da Seleção Nacional, como é o caso, entre outros, de Raphael Guerreiro, Anthony Lopes, Cédric Soares ou Adrien Silva.
Os dados vindouros sobre a emigração de futebolistas lusos devem seguramente continuarem nesta senda de incremento, catapultando estes atletas como autênticos embaixadores da projeção do nome e dos valores de Portugal no Mundo.