A terceira vaga da covid-19 está a atingir Mianmar “com a força de um tsunami”, alertou Stephen Anderson, diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) naquele país do sudeste asiático. De acordo com o responsável, já no último ano a segunda vaga da doença tinha “causado destruição e agravado a crise humanitária” naquele Estado.
Segundo os serviços de comunicação das Nações Unidas, a pandemia no Mianmar “aumentou os níveis de fome e desemprego, elevou os preços dos combustíveis e dos alimentos”, gerou uma “crise política, violência”, e a situação humanitária “piorou com o golpe militar no início deste ano”, sendo que desde fevereiro, mais de 220 mil birmaneses fugiram da violência, aumentando assim a quantidade de deslocados internos.
No passado mês de abril, o PMA tinha já alertado para a possibilidade da quantidade de pessoas a sofrer com a fome poder duplicar para 6,2 milhões até ao próximo mês de outubro. Apenas um mês depois, em maio, o Programa Mundial de Alimentos lançou uma operação para prestar auxílio a 2 milhões de birmaneses em Yangon e Mandalay, as duas maiores cidades do país. A maioria das pessoas apoiadas são mães, crianças, idosos e pessoas com deficiência.
De acordo com Stephen Anderson, 90 por cento das pessoas vivem em favelas e comunidades nas redondezas de Yangon, e admitiram ter que pedir dinheiro emprestado para conseguirem comprar alimentos. Com o objetivo de atenuar o sofrimento da população em áreas urbanas e rurais de Mianmar, a agência das Nações Unidas apoiou este ano um total de 1,2 milhão de pessoas com alimentos, dinheiro e assistência alimentar.