Ataques a um centro de saúde e a uma escola na região de Afar, na Etiópia, resultaram no assassinato de mais de 200 pessoas, incluindo mais de 100 crianças. Foram ainda destruídos locais de armazenamento de bens alimentares, numa região que apresenta um alto nível de insegurança alimentar.
Henrietta Fore, diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), afirma estar chocada com esta situação, e refere que o “aumento dos confrontos em Afar e em outras áreas próximas Tigré é um desastre para as crianças”. De acordo com a responsável, 4 milhões de pessoas sofrem com a insegurança alimentar naquela região. Henrietta Fore considera que a “catástrofe humanitária no país é resultado do conflito armado e só pode ser resolvida pelas partes envolvidas”.
De acordo com a agência das Nações Unidas dedicada à infância, os atos de violência que tiveram início no passado mês de novembro já colocaram em situação de fome cerca de 400 mil pessoas, incluindo 160 mil crianças. Os mais recentes confrontos provocaram mais de 100 mil deslocados, além de 2 milhões de civis que já tinham deixado as suas casas. O Fundo das Nações Unidas para a Infância prevê que nos próximos 12 meses, a quantidade de crianças a enfrentar a desnutrição em Tigré aumente dez vezes.
Perante este cenário, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) prevê entregar assistência alimentar de emergência a 2,1 milhões de pessoas a partir deste mês de agosto. Contudo, o acesso a Tigré tem-se estado a tornar “bastante difícil”. Por sua vez, também o UNICEF está a proceder ao envio de suplementos de emergência e de equipas de saúde e de nutrição para o norte da Etiópia. O UNICEF apela ao fim da violência e pede para que os lados em conflito façam tudo o que estiver ao seu alcance para proteger os mais novos. A organização pede também a implementação imediata de um cessar-fogo que possibilite a entrada de ajuda humanitária no país.