O conflito nas regiões anglófonas da República de Camarões, no oeste do continente africano, levou os bispos da Conferência Episcopal Regional de Bamenda (BAPEC) a emitir uma declaração sobre o problema na região. No documento os bispos pedem, mais uma vez, a todas as fações armadas o fim da “violência com efeito imediato”.
“Deploramos a violência, a insegurança, os sequestros, as torturas e os assassinatos sem sentido, às vezes de pessoas inocentes e crianças”, referem os prelados, poucos dias depois de um rapaz de sete anos da diocese de Kumbo ter sido morto por uma bala perdida durante um tiroteio entre militares camaroneses e militantes, nas proximidades da escola frequentada pelo menino. Também recentemente, uma escolta militar foi alvo de uma emboscada executada por separatistas, e as balas perdidas do tiroteio provocaram a morte a duas pessoas.
Os bispos apelam para que as fações armadas “trabalhem para uma resolução pacífica do conflito”. “O nosso povo já sofreu bastante e está cansado de viver na incerteza e no medo”, referem os prelados, que enaltecem os sacerdotes que se mantêm ao lado do “povo confiado aos seus cuidados pastorais”, e que “fizeram e continuam a fazer sacrifícios heroicos neste tempo de crise”. O conflito no país dura há mais de quatro anos, provocando 3.500 mortes e levando 700 mil pessoas a fugir de suas casas.