A União Europeia (UE) e o governo grego abriram este mês um novo centro para requerentes de asilo em Zervou, na ilha grega de Samos, um “local totalmente remoto”, referem os Médicos Sem Fronteiras (MSF), em comunicado. Segundo a organização humanitária, “não há dúvida de que este novo centro irá apenas desumanizar e marginalizar ainda mais as pessoas que procuram proteção na União Europeia”.
Os MSF afirmam que “milhões de euros foram gastos na construção desta instalação que possui cercas de arame farpado de nível militar e sistemas avançados de vigilância”, com o propósito de “deter pessoas cujo único ‘crime’ é procurar segurança e estabilidade”. Para além das “rejeições em massa de pedidos de asilo, este novo centro é outro símbolo da rejeição total dos refugiados e do seu direito de procurar asilo”, alerta a organização humanitária.
Os Médicos Sem Fronteiras explicam que “há meses” que os pacientes que recorrem à sua clínica em Samos demonstram o “medo de ficarem presos no novo centro, sentindo-se completamente abandonados e desamparados”. Para as pessoas que “sobreviveram à tortura, o novo centro altamente controlado significa não apenas a perda de liberdade, mas reviver experiências traumáticas do passado”, afirma a organização.