As propostas da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazónica estão a ser colocadas em prática. Joaquín Pinzón, missionário da Consolata e bispo do vicariato apostólico de Porto Leguízamo-Solano, na Amazónia colombiana, explica que mudanças se estão a fazer.
“A primeira experiência é a formação de uma equipa intercongregacional na paróquia de La Tagua, nas margens do Rio Caquetá, na fronteira entre a Colômbia e o Equador, que tem por missão acompanhar os povos originários, os camponeses, os afrodescendentes, e também a população urbana, acompanhando as suas vidas e a sua experiência de fé para fazer uma proposta de bem viver para bem conviver”, explicou o bispo.
“A segunda proposta é uma equipa intereclesial, formada por agentes de evangelização entre os vicariatos de São José da Amazónia, no Peru, e o vicariato de Puerto Leguízamo-Solano, na Colômbia. Uma equipa que olhe além das fronteiras, que olhe para a outra margem e coloque em prática uma proposta de evangelização que una as duas margens do rio Putumayo neste território vital, espaço que é capaz de criar vida”, destaca Joaquín Pinzón.
Para que as propostas do sínodo para a Amazónia sejam aplicadas, o prelado afirma que se torna necessário “criar uma equipa com as comunidades camponesas em todo o território onde queremos implementar um Plano de Pastoral da Terra. Camponeses que vivem as suas vidas em harmonia com os outros e que se perguntam como alcançar um desenvolvimento em harmonia com a Casa Comum, um desenvolvimento que nos leva a ser cuidadores desta Casa Comum que Deus nos deu”.
As palavras de Joaquín Pinzón foram proferidas no âmbito de uma recente visita canónica à região do IMC Colômbia, que contou com a participação de Stefano Camerlengo, superior geral do Instituto Missionário da Consolata (IMC), e Jaime Patias, missionário da Consolata e Conselheiro Geral para a América. O vicariato confiado aos Missionários da Consolata é há oito anos conduzido por Joaquín Pinzón, bispo colombiano.
“Desde Puerto Leguízamo queremos sintonizar com esse momento de graça que vivem os Missionários da Consolata da Região Colômbia, Equador e Peru”. Nesta visita canónica “os superiores vêm confirmar este trabalho dos missionários. Temos vivido uma semana de comunhão com todo os missionários que trabalham nesta região da Amazónia no vicariato de São José da Amazónia (Peru), no vicariato de São Miguel de Sucumbíos (Equador) e neste vicariato de Puerto Leguízamo-Solano. Vimos a experiência missionária que estamos a fazer, avaliamos e projetamos o futuro. Cremos que o objetivo da visita é precisamente este: confirmar, animar e fortalecer a experiência. Esta visita enche-nos de esperança e de confiança. Nós aqui agradecemos este espaço e convidamos as demais comunidades da região para que acolham com generosidade e alegria este momento de graça”, disse Joaquín Pinzón.
Situado nas margens dos rios Putumayo e Caqueta, na Amazónia colombiana, o vicariato de Puerto Leguízamo-Solano, é constituído por dois municípios, e conta atualmente com 14 sacerdotes, igual número de religiosas de quatro congregações e cerca de 60 animadores de comunidades. Existem oito paróquias e seis centros de missão. Trabalham no vicariato “nove missionários e quatro missionárias da Consolata”, refere Jaime Patias.
Segundo este sacerdote missionário da Consolata, “mesmo com os acordos de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a população continua a sofrer com a violência de grupos armados, paramilitares e narcotraficantes que disputam espaços no território e entram em confronto com o exército. A ausência do Estado é bem aproveitada pelos exploradores da Amazónia: mineradores ilegais, companhias petrolíferas, produtores de coca, madeireiros, etc. o que tem provocado o êxodo dos camponeses e indígenas para as cidades. Esses e outros desafios estão presentes no dia a dia da evangelização deste jovem Igreja que anuncia com fidelidade o Bem Viver do Reino de Deus”.