Dois contentores repletos de bens saem de Fátima na noite desta sexta-feira, 12 de novembro, rumo a Tete, em Moçambique. Os bens a doar encontram-se no pavilhão dos Missionários da Consolata e estão ser transportados para os contentores por 35 voluntários, que residem nas proximidades desta congregação religiosa, nomeadamente Fátima, Boleiros, Giesteira, Chainça, Loureira, Sobral e Leiria.
Entre os voluntários estão amigos dos Missionários da Consolata, membros das comissões das igrejas onde os sacerdotes desta congregação religiosa celebram a Missa, e elementos da Comunidade Papa João XXIII. Há jovens, adultos e pessoas mais velhas. Todas procuram dar o seu contributo para os mais pobres.
Estes voluntários vão transportar “2.500 caixas de material médico e medicamentos” para um dos contentores, e, para outro dos contentores, vão levar “1.200 caixas de bens variados, 12 paletes de livros, duas paletes com imagens de Nossa Senhora de Fátima, duas paletes com ferragens, 100 colchões, cinco mil crucifixos e muito outro material vário oferecido”, destaca Simão Pedro, sacerdote Missionário da Consolata e dinamizador da iniciativa.
O responsável está muito grato por toda a solidariedade e boa vontade que torna esta ação possível. “Estou muito feliz. Finalmente vamos enviar todo este material que tanta falta faz e tanto bem vai fazer em Moçambique. Estou maravilhado com toda a generosidade de tantas pessoas envolvidas”, afirma o missionário.
Entre os voluntários que carregam os bens para os contentores está Joaquim Gaspar, de 80 anos. “Estive em Moçambique no tempo colonial. Facilitei sempre o trabalho dos missionários. Com a independência regressei a Portugal. Depois da reforma dediquei-me a ajudar nas missões em Moçambique, apoiando o trabalho dos missionários. Poder ajudar é um consolo muito grande para mim. Gosto muito de trabalhar para as pessoas, sobretudo para aquelas que precisam mais do que eu. Estive também a ajudar a embalar todas as imagens de Nossa Senhora de Fátima que agora estão a ser enviadas. Sinto-me muito realizado. Todos estes bens vão para Tete, que conheço muito bem, é uma das regiões mais pobres de Moçambique”, conta Joaquim.
Também Custódia Vieira, de 52 anos, se encontra entre os voluntários que hoje estão a carregar os contentores nas instalações dos Missionários da Consolata. Além da ajuda hoje prestada, Custódia Vieira contribuiu também para angariação de loiças que estão agora prestes a rumar a Tete. “Fico realmente muito contente por poder ajudar. Vai aqui medicação, alimentos, colchões e muitos outros bens para quem mais precisa. Muitos destes bens vão poder apetrechar hospitais que tanta falta têm destes materiais”, refere Custódia.
Depois de saírem em contentores de Fátima, estes bens vão rumar até ao Entroncamento, seguindo depois para o porto de Sines e daí até ao porto da Beira, em Moçambique. Esta deslocação é possível com o contributo das empresas transportadoras – Torrestir e MedWay. O transporte de Beira até Tete será assegurado pelas Forças Armadas Portuguesas.