Os Missionários da Consolata preparam-se para dinamizar em Fátima um ciclo de retiros com o “objetivo de dar às pessoas a possibilidade de poderem parar e ‘desligar’ um pouco da vida para refletir, meditar e rezar”, explica Simão Pedro, missionário desta congregação religiosa e responsável pela iniciativa. Segundo o sacerdote, os encontros serão uma ocasião para os participantes “fazerem uma avaliação da vida e poderem programar, fazer algum compromisso”. “Estes retiros são uma riqueza. Representam uma paragem e um recomeço, como se fosse uma nova vida”, destaca o missionário. Foi exatamente essa a sensação que teve Helga Paulo. “O retiro obriga-nos a parar, pensar e refletir. Esta paragem é positiva. Perante o stress e a azáfama que absorvemos de tal maneira no dia a dia, o retiro ajuda-nos a refletir sobre o que é importante, e coloca-nos com mais atenção ao próximo”.
Os retiros iniciam ao final da tarde de sexta-feira, terminam com o almoço do domingo, e vão decorrer entre dezembro de 2021 e julho de 2022, com o tema “Atreve-te a arriscar a vida!” “Vamos seguir modelos de pessoas que se atreveram a arriscar a vida, como a beata Irene Stefani que se dedicou a ajudar e a salvar a vida aos pobres e a escravos em África, que carregavam mercadorias para os colonos. Nos hospitais ninguém os tratava, e ela fez tudo por eles. Tanto foi mãe para tantos que lhe deram o nome de ‘Nyaatha’, que significa, mãe toda misericórdia. Outro retiro será dedicado a Leonella Sgorbati, que era formadora de enfermeiros, e que na sequência de uma onda de ódio contra os cristãos foi assassinada na Somália e, por isso, é mártir”, recorda Simão Pedro.
O ciclo de retiros vai também debruçar-se sobre o beato José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata, e sobre o que significa hoje – ‘Atreve-te a arriscar a vida’. A novidade deste ciclo será a realização de um retiro para jovens, centrado em Carlos Acutis, que levou “a sua vida sabendo que a única felicidade estava na intimidade com Deus”. “Ele encontrou Deus, e quem encontra Deus como Carlos Acutis atravessa as maiores pandemias, tempestades e dificuldades com um sorriso. Pretende-se levar os jovens a perceber que esta íntima união com Deus é que é essencial para a felicidade, e ajudá-los a encontrar um rumo seguro e um modo de vida que os faça verdadeiramente felizes”.
As experiências dos participantes também ocupam um lugar, como aconteceu com Felisbina Almeida. “Uma mãe que perde filhos tem sempre dificuldade em encontrar a paz. Não tenho filhos. Sofri um aborto, tive um nado-morto, e um filho que aos 22 anos morreu num acidente. Sofri violência doméstica durante 35 anos. Suportei por amor ao meu filho, e vivo agora um novo casamento onde sou feliz. Tenho um passado doloroso e no retiro expus a minha história, e senti que fui para eles motivo de força”. Os encontros serão dinamizados por missionários da Consolata de várias nacionalidades, mas com “um bom domínio da língua portuguesa”, destaca Simão Pedro. O primeiro retiro deste novo ciclo vai decorrer de 3 a 4 de dezembro. As inscrições podem ser feitas através do email assinaturas@fatimamissionaria.pt ou dos números 249 539 460 ou 913 822 301.