A Fundação Allamano existe por iniciativa dos Missionários da Consolata, no Cacém e em Águas Santas, com a missão de ajudar jovens refugiados, que apresentam histórias e um jeito de ser único, assim como uma língua e uma cultura singulares. Esta iniciativa exige dos responsáveis por este projeto uma grande dedicação, abertura à novidade, elasticidade nas decisões, criatividade nas ações, adaptação constante e respeito pela condição de cada pessoa.
A equipa da Fundação Allamano alegra-se com o percurso de muitos jovens, mas também experimenta o vazio deixado por alguns que, logo após a sua chegada, decidem rumar a outros países onde, provavelmente, já se encontram alguns familiares ou conhecidos, arriscando-se na migração ilegal. Tal situação gera sempre frustração entre a equipa que acolhe, mas os responsáveis pela instituição estão certos de que deram o melhor de si, e, por isso, desejam a todos os rapazes sorte e felicidade.
Os jovens acolhidos na instituição caminham a diferentes ritmos, de acordo com as suas capacidades para aprender a língua portuguesa, para se aculturarem e, sobretudo, para encontrarem trabalho, um fator que é fundamental para a sua autonomia e para garantir um futuro de sucesso. Quando recebem o primeiro ordenado, apressam-se com orgulho a pedir a ajuda da equipa da Fundação Allamano para enviar uma boa parte para quem deixaram longe – “As necessidades são muitas e agora já tenho capacidade de ajudar” – consideram os jovens que conseguem emprego.
Refugiados como Chinedu, Eclador, Fadiala, Harouna, Justice, Mamadou, Osi, Samuel e Victor, estão na fase final de um caminho de acolhimento que em breve ditará a sua partida para a comunidade. Os jovens que integram esta etapa sentem-se agora mais confortáveis no meio que os rodeia, integrados na sociedade portuguesa, aceites como cidadãos livres, trabalhadores honrados e contribuintes para o Estado que os recebeu. Contudo ainda há muito por fazer, como continuar a estudar português e aprender a cidadania, conhecer direitos e deveres, pôr tudo isso em prática, e ainda alcançar o maior desafio de todos – encontrar casa e um teto condigno, que é a base para uma vida estável.
Mais do que nunca, estes jovens refugiados precisam do suporte da Fundação Allamano para alcançar os objetivos e sabem que esta instituição de caridade não os irá desiludir. Para desempenhar a sua missão, a fundação dos Missionários da Consolata conta com o apoio de pessoas e de organizações para passar dos sonhos à realidade. Em prol do bem-estar de cada jovem refugiado cada gesto conta e não será desperdiçado.
Texto: José Miranda/Ana Correia, membros da direção da Fundação Allamano