O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) afirma estar com uma “enorme preocupação com a escalada” do conflito na região do Darfur, no Sudão, a qual tem aumentando nas últimas semanas, fazendo com que perto de dez mil pessoas fugissem da violência intercomunitária na zona oeste do Darfur.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), dezenas de pessoas “foram mortas em Jebel Moon e quase 800 casas foram incendiadas”. Com o objetivo de ajudar as vítimas do conflito, as equipas dos ACNUR deslocaram-se até Jebel Moon, na última semana, para distribuir ajuda para 1,6 mil famílias de deslocados internos, incluindo cobertores, colchonetes, kits para cozinha e redes mosquiteiras.
Nas suas deslocações, os funcionários da agência das Nações Unidas têm escutado relatos “alarmantes” sobre a destruição de vilas em Darfur, casos de violência sexual e roubo de cabeças de gado. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados teme que os ataques possam aumentar, agravando ainda mais a situação humanitária.
Aqueles que vivem no Darfur sofrem ainda com a falta de chuvas e a infestação de insetos, que prejudicam a produção de alimentos, o que está a fazer com que muitos agricultores estejam alarmados com a possibilidade das colheitas não serem possíveis, o que poderá agravar a situação de insegurança alimentar. Aqueles que conseguiram fugir para o vizinho Chade necessitam de comida, água e abrigo.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários recorda que o Sudão se depara uma recessão económica desde 2018. Estima-se que 6,2 milhões de pessoas no Darfur necessitem de receber assistência humanitária no próximo ano, o que representa metade da população da região. O conflito tem estado a tomar “dimensões múltiplas”, com diversos grupos armados e criminosos a operar naquela região.