A economia no Afeganistão está em “queda livre”, alerta Martin Griffiths, subsecretário-geral da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários. De acordo com o responsável, citado pelos serviços de comunicação das Nações Unidas, “23 milhões de pessoas estão a passar fome, sendo que as crianças desnutridas estão a lotar os centros de saúde”.
No setor da educação, “70 por cento dos professores a trabalhar no país estão sem salários”, e são “milhões” os alunos que se encontram “fora da escola”. Além do cenário dramático no setor da saúde e da educação, está a dar-se uma “desvalorização acentuada do afegane, a moeda do país”, e a “falta de confiança do setor financeiro” está a contribuir para “destruir o comércio”.
Segundo o subsecretário-geral da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, as “famílias estão sem dinheiro para transações do dia-a-dia, enquanto os preços dos principais produtos básicos continuam a subir”, de que é exemplo o caso do trigo e do combustível, que subiram “40 por cento”, num país onde as famílias “gastam 80 por cento dos seus rendimentos no supermercado”.
Perante este cenário, Martin Griffiths alerta para a “possibilidade de que a pobreza universal se torne uma realidade para 97 por cento dos afegãos até meados do próximo ano”. O responsável teme que os afegãos não consigam enfrentar este inverno “apenas com ajuda de emergência” e, por isso, afirma que “é necessário mais financiamento de doadores para garantir serviços básicos nos setores da educação, da saúde, da energia, entre outros”.