Mais de 3 milhões de pessoas estão a sofrer com os efeitos do supertufão Rai, que afetou dez regiões das Filipinas, há uma semana. Segundo as autoridades do país, os ventos fortes e as inundações tiraram a vida a 258 pessoas, feriram 568 e levaram ao desaparecimento de 47 cidadãos. De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), a catástrofe fez com que mais de 631 mil pessoas ficassem desalojadas. O supertufão causou ainda a destruição de quase 160 mil casas, um número que poderá vir a aumentar nos próximos dias.
Informações com origem em Puerto Princesa, em Palawan, indicam que não há água, luz e internet, não existindo indicações sobre quando os serviços poderão voltar a funcionar. Os primeiros dados sobre as consequências do supertufão revelam que 23 mil hectares de plantações de arroz foram danificados. O governo local de Roxas afirmou que o impacto na agricultura e na criação de gado pode contemplar danos em mais de 80 por cento dos setores.
Ficaram também danificados hospitais e centros de saúde, assim como 80 por cento das escolas e dos supermercados. A ponte Langogan, em Puerto Princesa, ficou parcialmente destruída, sendo que atualmente apenas motos conseguem atravessá-la. O OCHA destaca que outro problema nas Filipinas é a insegurança alimentar entre as comunidades afetadas pelo supertufão, sobretudo entre crianças, idosos e mulheres que estão a amamentar. O cenário dramático acontece numa altura em que grande parte dos governos locais nas Filipinas já gastaram todo o dinheiro do orçamento para 2021, devido à superação da atual pandemia. Para o OCHA, nas regiões mais severamente afetadas, a situação humanitária pode piorar, caso não haja uma ação imediata.