Desde janeiro passado, mais de 25 mil migrantes chegaram às costas britânicas depois de atravessarem o Canal da Mancha a bordo de barcos improvisados | Foto de arquivo: EPA / Juan Medina

Pelo menos 31 pessoas perderam a vida em três naufrágios que tiveram lugar no Mar Egeu entre os passados dias 21 e 24 de dezembro. Desconhece-se o número de desaparecidos, conforme indicou esta semana o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), adiantando que mais de 160 pessoas foram resgatadas pela Guarda Costeira Helénica, com o apoio da Marinha e da Força Aérea da Grécia.

O primeiro dos naufrágios teve lugar na ilha de Folegrandos a 21 de dezembro, com 13 pessoas resgatadas e três corpos recuperados. Um sobrevivente contou à guarda costeira grega que pelo menos 50 pessoas estavam no barco, sem qualquer equipamento de segurança. O segundo naufrágio aconteceu na ilha Antikythera, e provocou a morte a 11 pessoas e 88 foram resgatadas. Na véspera de Natal, um barco com pelo menos 80 migrantes afundou na ilha de Paros e 17 pessoas morreram, incluindo um bebé.

A agência das Nações Unidas louva o empenho de todas as pessoas que integraram estas ações, de forma a contribuir para a segurança dos sobreviventes. Maria-Clara Martin, representante do ACNUR na Grécia, lamentou o facto de refugiados e migrantes em desespero acabarem a confiar as suas vidas a contrabandistas, e, por isso, apela a mais medidas para controlar o contrabando de pessoas e colocar um fim à “exploração da miséria humana”.

A responsável afirma que estas tragédias podem ser prevenidas, e afirma que a sociedade não se pode “acostumar a ver corpos a ser retirados do mar”. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados estima que entre janeiro e o final do passado mês de novembro, mais de 2,5 mil pessoas morreram ou desapareceram em alto mar, na tentativa de alcançar território europeu via Mediterrâneo, ou através da rota marítima do noroeste de África.