Um grande incêndio destruiu pelo menos 500 tendas num acampamento de refugiados em Cox’s Bazar, no Bangladesh, no passado domingo, 9 de janeiro. Este foi o segundo incidente do tipo numa semana, referem os serviços de comunicação da Organização das Nações Unidas (ONU).
Com o propósito de ajudar os refugiados vítimas do incêndio, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) distribuiu biscoitos energéticos para 1,6 mil pessoas que perderam os seus locais de abrigo, e encontra-se a servir, duas vezes por dia, refeições quentes a 2,2 mil refugiados rohingya atingidos pelo fogo, até que os abrigos voltem a ter equipamentos de cozinha ou gás para cozinhar. As vítimas do fogo serão reintegradas ao programa regular de assistência alimentar do PMA.
Sheila Grudem, coordenadora de emergências da agência da ONU em Cox’s Bazar, deu conta da sua tristeza com o “tamanho da destruição no acampamento 16”, mas adiantou que “graças às parcerias com ONGs e restaurantes locais, está a ser possível fornecer acesso imediato às pessoas que perderam tudo”. As vítimas do incêndio vão ainda receber um voucher eletrónico e uma ajuda mensal, de forma a conseguirem “comprar os alimentos que desejarem numa rede de 22 lojas dentro do acampamento, que são geridas por comerciantes bengaleses”, refere a ONU.
O acampamento de refugiados de Cox’s Bazar é o maior do mundo, reunindo perto de 900 mil pessoas. Muitos dos abrigos “são feitos de bambu e de lona, ficando muito vulneráveis aos incêndios”, referem as Nações Unidas, acrescentando que em março do ano passado, “quase 10 mil abrigos se incendiaram, deixando 45 mil pessoas desalojadas”. Mais tarde, em julho, as “enchentes em grande escala destruíram” os abrigos, “afetando 46 mil refugiados”.