A falta de chuva pelo terceiro ano consecutivo, a pandemia da covid-19 e as invasões constantes de gafanhotos continuam a ameaçar a segurança alimentar na região do Chifre de África, alerta a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
De acordo com a agência da ONU, é necessária ajuda financeira com urgência para “auxiliar 1,5 milhão de pessoas que vivem em áreas rurais, onde pastos e plantações foram fortemente afetados pela seca severa”, numa região que “já é propensa à insegurança alimentar devido ao clima extremo, limitação de recursos naturais e conflitos”.
Segundo a FAO, o terceiro ano consecutivo de seca, desencadeado pelo fenómeno La Ninã, “tem ampliado as preocupações de uma possível crise de fome em larga escala, caso as comunidades rurais produtoras de alimentos não recebam assistência adequada a tempo”. Os Estados mais atingidos por este problema são a Etiópia, Quénia e Somália, com as projeções a indicar que “25,3 milhões de pessoas vão enfrentar insegurança alimentar aguda até meados do ano, colocando o Chifre de África entre as maiores crises alimentares do mundo”.