A população que vive na região do Chifre de África enfrenta atualmente as piores condições de seca desde 1981, a qual está a deixar 13 milhões de pessoas famintas em países como a Etiópia, o Quénia e a Somália, alertam o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Tomsom Phiri, porta-voz do PMA, esteve recentemente de visita ao Quénia. Segundo o responsável, os criadores de gado naquele país estão a ver os seus animais a morrer em larga escala devido à sede e à fome. Neste país africano, a temporada de chuva falhou três vezes consecutivas. Vendo-se sem plantações e sem rebanhos, muitos quenianos deixam as suas casas e assiste-se a um aumento dos conflitos entre comunidades. O Programa Mundial de Alimentos afirma que este cenário “pede ação humanitária imediata e apoio consistente para que as comunidades estejam resilientes no futuro”.
Além do Quénia, a seca está a afetar as famílias de pastores rurais no sul e sudeste da Etiópia e no centro-sul da Somália. Os povos destes três países sofrem ainda com a subida do preço dos alimentos, escassos trabalhos no setor agrícola e altas taxas de desnutrição. Numa tentava de atenuar o sofrimento do povo destes três países, o PMA encontra-se a prestar assistência alimentar, nutricional, e em dinheiro.
A UNICEF estima que 20 milhões de pessoas na Etiópia, Eritreia, Quénia e Somália necessitem de água e de comida nos próximos meses. A agência das Nações Unidas dedicada à infância refere que a região do Chifre de África não pode deparar-se com uma “outra tempestade perfeita, formada pela covid-19, por conflitos e pelas alterações climáticas”. Atualmente, 5,5 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda e 1,4 milhão de desnutrição severa.