Mais do que dar de comer aos migrantes, o mais importante é “ir encontrar estas pessoas onde vivem, muitas vezes em locais degradados, passar tempo com eles, conversar com eles, mas sobretudo escutá-los sem preconceitos”, refere uma estudante da Universidade de Fez, da organização “Solidariedade estudantes”.
“Para muitos africanos, a aventura migratória, que tem como meta a Europa, acaba em Marrocos”, explica Amanda Ouedraogo, dirigente da organização. “Vão habitar nas periferias das grandes cidades, como aqui em Fez, para sobreviverem e prepararem o regresso aos seus países de origem”.
A “Solidariedade Estudantes” organiza visitas aos bairros pobres da periferia de Fez. “Nos bairros onde vivem agrupam-se por nacionalidade, o que facilita as visitas, pois permite adaptar melhor o apoio que lhes prestamos”. Apesar dos escassos recursos, procuram mobilizar-se, até mesmo pagando do próprio bolso, e ir ao encontro dos migrantes. “O mais importante é dar-lhes espaço nos nossos corações. Só assim conseguimos compreendê-los e amá-los”. A iniciativa dos universitários já se estendeu a Casablanca para abranger um maior número de migrantes que passam por Marrocos.
Texto: Elísio Assunção