Em apenas um ano, o total de deslocados internos no Mianmar duplicou. Mais de 800 mil pessoas viram-se obrigadas a abandonar as suas casas devido à insegurança no país, alertou Matthew Saltmarsh, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), adiantando que as condições de segurança estão a agravar-se rapidamente.
De acordo com o responsável, não há indícios de que os conflitos estejam para diminuir, pelo que se prevê que a quantidade de deslocados internos continue a aumentar ao longo das próximas semanas e meses. Segundo Saltmarsh, desde fevereiro de 2021, quando os militares tomaram o poder no país, 440 mil pessoas abandonaram as suas habitações e bens, sendo que o país tinha já, há um ano, 370 mil deslocados internos.
A agência das Nações Unidas dedicada aos refugiados e os seus parceiros estão a aumentar as suas ações no país asiático, com o objetivo de prestar auxílio à maior quantidade possível de pessoas. No último ano, “foi possível entregar ajuda de emergência a 170 mil pessoas no Mianmar”, indicou Matthew Saltmarsh, a partir de Genebra, na Suíça.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados refere que a situação humanitária no país se mantém precária. Além dos conflitos, a população sofre com a subida de preços das principais matérias-primas, assim como com o desemprego, a falta de rendimentos, a suspensão de serviços básicos e a insegurança prolongada. De acordo com o ACNUR, “a maioria dos deslocados internos do país precisa de assistência humanitária para sobreviver”.