A Família Missionária da Consolata dinamiza este sábado, 19 de fevereiro, a 32ª edição da sua peregrinação à Cova da Iria. Devido aos casos de infeção por covid-19, a jornada reúne um número mais reduzido de peregrinos, sobretudo jovens, assim como representantes de cada grupo da Família Consolata. Os participantes são oriundos de vários pontos do país, nomeadamente, Palmeira (Braga), Águas Santas, Ribeirão, Cacém, Bairro do Zambujal (Amadora) e Chainça (Leiria).

A saudação aos peregrinos, em frente ao Seminário da Consolata, foi proferida por Giovanni Treglia, superior provincial da congregação religiosa. “É maravilhoso ver-vos aqui neste dia, tão entusiasmados com a participação na 32ª Peregrinação da Família Missionária da Consolata, em honra do nosso fundador, o beato José Allamano. A vossa presença dá-nos muita força e alegria, porque, apesar dos vossos empenhos, deixastes tudo para podermos viver juntos este momento único da nossa Família Missionária”, disse o responsável.

A jornada tem como tema “Atreve-te a arriscar a vida”, e Giovanni Treglia explicou aos peregrinos a pertinência do mote desta peregrinação. “Neste tema destacam-se duas expressões que nos ajudam a refletir e a compreender a sua importância no nosso tempo. A primeira expressão é ‘Atreve-te’: é algo de urgente que temos fazer com coragem. É realmente urgente porque o Senhor passa hoje e pode não passar amanhã, e por conseguinte, devemos ter a coragem de enfrentar o que a vida nos pede com as suas interpelações e desafios. A nossa coragem não pode estar ligada ao medo, às coisas que nos amedrontam quando queremos seguir um caminho ou tomar uma decisão”, explicou o religioso, continuando a justificação.

“Outra expressão é ‘arriscar a vida’. Por um lado, o tema exige urgência e a coragem para enfrentar a vida. O que é realmente arriscar a vida? O risco está sobretudo relacionado com o zelo. Por isso, arriscar a vida não pode ser algo ligado à indiferença, ou seja, não podemos ser pessoas indiferentes. Não podemos ser indiferentes às escolhas que fazemos. Portanto, indiferença não, escolha sim. A indiferença e a escolha tornam-se necessariamente zelo, fogo. Assim dizia o nosso pai fundador, o beato José Allamano – ‘É preciso ter fogo para ser apóstolos, missionários. Se formos nem frios nem quentes, nunca conseguiremos fazer nada’. E acrescentava: ‘Pela minha parte estou tranquilo diante do Senhor, porque vos dei tudo’. Portanto, arriscar a própria vida significa decidir dar tudo”, acrescentou Giovanni Treglia.

O superior provincial dos Missionários da Consolata sublinhou depois que “arriscar a vida não é um jogo do ‘sim’ e do ‘não’, mas é decidir e dar tudo, dar toda a nossa vida”. “Quer dizer que não podemos ser missionários só de vez em quando, mas em todas as ocasiões da nossa vida, mesmo quando trabalhamos, quando estudamos, ou quando realizamos outras atividades. Portanto, não à indiferença, mas sim às opções verdadeiras com zelo e compromisso em tudo o que realizarmos. Mais uma vez obrigado pela vossa presença. Comecemos então o caminho da nossa peregrinação”, apelou o responsável. A jornada prossegue com a via-sacra missionária. Às 16h00 terá lugar a celebração eucarística e consagração na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.