Ataques em diversas aldeias no extremo norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, provocaram mais de uma dezena de mortos e a destruição de várias habitações. De acordo os dados disponíveis, os “insurgentes” – nome pelo qual os terroristas são conhecidos no local – atacaram no passado domingo, 20 de fevereiro, as aldeias de Kankhomba, Janguane, Mambo Bado e Muhia, e na última terça-feira, as aldeias de Milola, Chianga, Lutona, Napuatakala.
Devido a estes ataques, as populações fugiram e têm procurado abrigo na vila de Nangade. “Houve ataques em aldeias, a situação não está bem e estão todos apavorados”, disse um missionário da Igreja Católica, em declarações à fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), e que pediu para não ser identificado, por motivos de segurança.
“Não tenho preciso o número de mortos, por enquanto ninguém sabe, mas houve aldeias em que queimaram casas e eram aldeias grandes, povoadas, lugares onde se faz muita ‘machamba’… e de facto eles [os terroristas] passaram e queimaram bastantes casas”, disse o missionário, ao telefone para a fundação AIS, em Lisboa. Desde que os ataques armados iniciaram, em outubro de 2017, morreram mais de três mil pessoas. Devido à violência terrorista, existem cerca de 800 mil deslocados internos.