O Centro de Estudos de Fátima (CEF) acolheu na manhã desta sexta-feira, 25 de fevereiro, uma cerimónia de apelo à paz, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, na madrugada de quinta-feira, dia 24. A iniciativa reuniu crianças, adolescentes e professores de Fátima, assim como bombeiros, e autoridades civis.
Todos os alunos se apresentaram com camisolas de cor branca. Tocaram flauta e cantaram hinos de apelo à paz, à união e concórdia. Exibiram bandeiras de diversos países, balões brancos, cartazes com mensagens pelo fim da guerra, deram forma à palavra ‘Paz’ e libertaram pombas.
Um testemunho vindo da Ucrânia
A cerimónia contou com o testemunho de uma mulher ucraniana a viver em Portugal, que de uma forma muito emocionada fez um relato do drama vivido no país onde nasceu. “Ontem de manhã eu acordei, mas não com o despertador. Ligou a minha mãe. Ela chorava e gritava – ‘Oh filha, há guerra! Guerra!’ – A Rússia invadiu o nosso país e a nossa independência, bombardeando as nossas cidades do ar. Nós vivemos em Portugal, mas o nosso coração está a gritar. A gente chora e reza pela nossa terra, pela nossa pátria, que está sempre connosco, que está no nosso coração. Quero agradecer a todas as pessoas que me mostram apoio. Para nós, é muito importante saber que o mundo democrático está do nosso lado. Vamos continuar a lutar. Glória à Ucrânia e viva Portugal.”
Cartas pela paz
Entre os intervenientes esteve também Carlos Cabecinhas, sacerdote de reitor no Santuário de Fátima, que recebeu cartas de alunos dedicadas à paz. “Que grande desafio é este – Sermos pacíficos uns com os outros, e sermos pacificadores, isto é, ajudarmos a construir à nossa volta este mesmo ambiente de paz, porque só a paz é solução. Obrigado pelo vosso testemunho”, disse o responsável.
Manuel Bento, diretor executivo do CEF, apresentou o seu retrato dos mais recentes acontecimentos. “Uma guerra irracional, que não busca a liberdade. Uma guerra cínica, que despreza o cidadão. Uma guerra que apenas pretende perpetuar os poderes instalados, independentemente do lado para onde nos virarmos. Somos solidários com o povo ucraniano, com o povo russo, com todos os povos que sofrem com a guerra. Mas no passado, hoje e no futuro, nunca seremos solidários com líderes que provocam a guerra, o sofrimento, que se alimentam do mal. Mas apesar de tudo iremos rezar por todos e temos de ter a esperança de que as nossas palavras e a nossa oração sejam o nosso pequeno contributo para que o mal não vingue, e que o bem alimente as nossas almas, os nossos corações e a nossa razão.” Também a oração fez parte da manhã destes alunos, que de forma conjunta, apelaram ao fim da guerra na Ucrânia.