A última intervenção do cardeal António Marto como responsável pelo Santuário de Fátima aconteceu ao final da tarde de quinta-feira, 3 de março, no contexto da 43.ª edição do encontro de hoteleiros e responsáveis de casas religiosas que acolhem peregrinos na Cova da Iria. Na sua comunicação, o administrador apostólico da diocese de Leiria-Fátima recordou como tudo começou.
“Fui muito relutante em aceitar vir para Fátima. Demorou mês e meio até eu dizer o ‘Sim’, e senti que não podia dizer que ‘Não’ a Nossa Senhora”, lembrou o cardeal, destacando que “nunca” deixou de ser o “pensador que ficou encantado com a beleza e a riqueza de Fátima”, nomeadamente pelo “silêncio que impressiona”.
Para o cardeal, Fátima “estranha-se no sentido de deslumbramento, mas depois entranha-se no coração de um pastor”. Enquanto responsável pelo templo mariano da Cova da Iria, o prelado lembra que o primeiro que fez foi “conversar com responsáveis, sobre a melhor forma de redescobrir a beleza e a riqueza da mensagem de Fátima na sua dimensão mística”, assim como redimensionar a internacionalização de Fátima, o que o levou a levar até às peregrinações internacionais aniversárias bispos e cardeais de vários pontos do globo.
António Marto recordou também a celebração do Centenário das Aparições, em 2017, que contou com a “presença de 9,5 milhões de peregrinos”. “Foi o momento alto do meu episcopado, inesquecível”, disse, citado pelos serviços de comunicação do Santuário de Fátima, fazendo depois referência aos efeitos da pandemia na vida do Santuário de Fátima.
“Passados três anos, senti-me obrigado a presidir à peregrinação de 13 de maio de 2020, e, o fazer o anúncio dessa peregrinação sem peregrinos, foi um momento muito doloroso… No dia, vi um recinto vazio, mas não deserto. O mundo estava unido a nós e, pela primeira vez, senti que não era eu sozinho, trazia sobre os meus ombros o peso do sofrimento da humanidade”, disse, de forma emocionada. “Saio mais animado, com esta esperança do início da retoma da vida do Santuário e de todos nós”, concluiu.
Após quase meio ano “sem qualquer movimento, entre 2020 e 2021, e de três meses com grandes constrangimentos à mobilidade das pessoas, o que as impediu de se deslocarem à Cova da Iria, o Santuário encerrou 2021 com o registo de 2,4 milhões de peregrinos, mais um milhão que no primeiro ano da pandemia”, revelou o Santuário de Fátima no encontro de hoteleiros e responsáveis de casas religiosas.