Após um período de seis meses dedicado à preparação desta nova missão, que incluiu o início do estudo da língua russa num período em que esperavam pelo visto, quatro Missionárias da Consolata chegaram ao Cazaquistão a 28 de fevereiro de 2020, ainda com a pandemia da covid-19 na sua fase inicial. A missão onde as religiosa se encontram chama-se Yanashar, e pertence à diocese de Almaty. O pároco é polaco e na Eucaristia que as acolheu, participaram cerca de 20 católicos. A Missa foi presidida por José Sierra, espanhol e bispo de Almaty.
Tradicionalmente, qualquer tipo de reunião ou encontro é acompanhado por muita comida, símbolo de acolhimento e espírito de família. Mesmo nestes tempos de pandemia, sempre que as irmãs podem fazer visitas, são acolhidas com estima, amizade e comida, mesmo que nem sempre abundante por causa das dificuldades que o país atravessa atualmente. Estando a 20 quilómetros de Almaty, a segunda cidade do país, a situação não é tão grave como nas grandes cidades. Fazem visitas a famílias muçulmanas e ortodoxas, algo normal neste país. Mesmo que não possam ainda comunicar com muita desenvoltura, é frequente receberem dádivas de alimentos, sobretudo quando as pessoas celebram festividades anuais ou recordam os defuntos.
Yanashar tem cerca de 4.300 habitantes, na sua maioria agricultores, com grandes famílias multiculturais, que se respeitam mutuamente. Há famílias de origem polaca, sul-coreana e russa, entre as cerca de 130 etnias a nível nacional. Os católicos são cerca de 100 mil, distribuídos por três dioceses. A Igreja Católica está a viver um processo de transformação. Tradicionalmente, os fiéis eram, na sua maioria, descendentes de polacos, alemães, ucranianos e bálticos; muitos emigraram e é entre não cristãos e migrantes, que as irmãs Missionárias da Consolata querem estar mais envolvidas, assim como no diálogo ecuménico e inter-religioso.
Texto: Álvaro Pacheco