O conflito no Iémen, em curso há sete anos, colocou cerca de 19 milhões de pessoas a viver numa situação de insegurança alimentar aguda. Mais de 23 milhões de iemenitas sofrem com fome, doenças e outros problemas que ameaçam as suas vidas, sendo que pelo menos 10 mil menores morreram ou ficaram feridos nos últimos anos de conflito, indicam dados de agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
Faltam alimentos, saneamento, cuidados de saúde, educação e outros serviços essenciais. Perante este drama, António Guterres, secretário-geral da ONU, afirma que é primordial “quebrar o ciclo de violência e mudar a trajetória do Iémen”, e adianta que não há saída militar possível e que apenas o termo das hostilidades, a estabilização da economia e a restauração de serviços básicos pode reverter a situação no país.
Dados recolhidos por escritórios das Nações Unidas mostram que 4,3 milhões de pessoas são deslocadas internas, o que torna o Iémen no país com a quarta maior crise de deslocação interna do mundo em 2021. Apenas metade dessas pessoas estão abrigadas em locais onde a assistência humanitária tem capacidade para levar serviços essenciais. Para os representantes das Nações Unidas no Iémen, a prioridade das ações no país deve ser alcançar a paz para que as pessoas não estejam “condenadas a níveis extremos de pobreza, fome e sofrimento”.