Aumentaram os bombardeamentos entre o Exército Nacional Sírio, que tem o apoio turco, e as Forças Democráticas Sírias no noroeste do país, refere o relatório da Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre a Síria, divulgado na última semana. Na região noroeste da Síria, em Idlib e Alepo, “áreas residenciais são alvo de ataques indiscriminados pelas forças pró-governamentais”, referem os serviços de comunicação da Organização das Nações Unidas, a partir do documento recentemente publicado.
Segundo Hanny Megally, que integra a comissão de inquérito, “uma noiva foi assassinada no casamento, juntamente com as suas quatro irmãs”, um campo de deslocados para viúvas e suas crianças “também foi alvo de ataque e menores de idade sofrem com a violência quando caminham para a escola”. A comissão de inquérito da ONU recomenda que os Estados Unidos da América levem a cabo uma investigação independente e imparcial sobre incidentes que envolveram civis durante ações da aliança liderada pelos norte-americanos entre 2018 e 2019.
No que diz respeito aos acampamentos de Al Hol e Al Roj, no noroeste da síria, o relatório faz referência a condições cruéis e desumanas dos locais que albergam 60 mil pessoas, sendo 40 mil delas crianças. As tensões nos acampamentos são cada vez maiores, incluindo atos como assassinatos e violência em larga escala. Só no ano passado, mais de 90 pessoas foram mortas em Al Hol. O povo sírio sofre com uma guerra que dura há 11 anos, e consequente violência, crise económica e financeira, pobreza, bombardeamentos, ações militares, sequestros, assassinatos e deslocações no território, com a população a viver em campos em condições muito precárias. Simultaneamente, o país está enfrenta a pior seca em décadas.