O caso de George Floyd – um afro–americano morto pelo agente da polícia Derek Chauvin, em 2020 – gerou protestos em todo o mundo contra o racismo e a ação das forças policiais. A morte de Floyd tem motivado vários debates sobre o tema do racismo, e continua a reafirmar o objetivo de ajudar a construir um mundo mais justo e igualitário. O presidente Joe Biden admitiu que se devem reformar os sistemas, e reconheceu ainda que “o racismo sistémico é uma mancha na alma dos Estados Unidos da América”. Infelizmente, o racismo está a emergir agressivamente também nas redes sociais e em vários populismos atuais. As nações devem fazer as mudanças fundamentais e comprometer-se com as práticas e políticas que impedem a exclusão e a exploração. Qualquer forma de racismo é “intolerável”.
O preconceito racial deve ser combatido com a formação da consciência e, por isso, é necessário ir ao encontro do outro e reconhecer a sua diferença. Os estrangeiros devem ser informados sobre as “regras e hábitos de convivência” que se praticam nos novos territórios. A Igreja deve comprometer-se mais nessa formação, e defender a justiça para todos com o mesmo fervor com que defende os direitos fundamentais, inclusive o direito à vida. A pedra angular do ensinamento social da Igreja é a verdade que diz respeito à dignidade humana.
A mudança duradoura na mentalidade de segregação tem de começar no interior de cada pessoa. Já ouvimos dizer: “eu não sou racista” ou ainda: “aqui não há racismo”. Outros têm vergonha de admitir que o racismo existe. Se não unirmos as nossas vozes e trabalhar contra o racismo, então estamos a perpetuar o sistema. “O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons,” disse Martin Luther King.
A história de George Floyd é a história de muitos que sofrem por causa da injustiça. É a história de desigualdade social que existe no mundo. Por isso, cada um deve dizer fortemente: “I can’t breath” (Não consigo respirar, em português). Celebrou-se esta semana – 21 de março – o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. A data foi escolhida pelas Nações Unidas em memória dos acontecimentos de 21 de março de 1960, em Sharpeville, África do Sul, quando a polícia matou 69 pessoas que participavam numa manifestação pacífica contra o apartheid.