A viagem de dois dias do Papa Francisco a Malta chegou ao fim no último domingo, 3 de abril, com palavras em defesa dos migrantes que cruzam o Mar Mediterrâneo. A visita a Malta decorreu com o lema “Trataram-nos com rara humanidade”, um excerto dos Atos dos Apóstolos alusivo ao naufrágio do apóstolo Paulo na ilha de Malta, no ano 60.
O Santo Padre defendeu que é precisou acolher “com humanidade” cada pessoa, tratando-a pelo que é e não como mais um “número”. “No lugar daquela pessoa numa barcaça ou no mar, que vejo na televisão ou numa fotografia, no lugar dela poderia estar eu, o meu filho ou a minha filha”, disse.
Na intervenção de encerramento da viagem a Malta, o Sumo Pontífice lembrou o drama de “milhares e milhares de pessoas” que querem fugir da violência e da miséria, tal como ocorre neste momento Ucrânia, assim como “as histórias de muitos outros homens e mulheres que, à procura de um lugar seguro, tiveram de deixar a própria casa e nação na Ásia, na África e nas Américas; penso nos rohingya”.
Francisco lembrou que esta é uma situação que deixa “marcas” e só pode ser ultrapassada quando se encontram “pessoas acolhedoras que saibam ouvir, compreender, acompanhar”. O Papa pediu para que os centros de acolhimento de refugiados sejam “lugares de humanidade”, para que estas pessoas possam, no futuro, ser “testemunhas e animadores de acolhimento e fraternidade”. “Vós não sois números, mas pessoas de carne e osso, rostos, sonhos por vezes destroçados”, disse o Sumo Pontífice, citado pela agência Ecclesia.