O genocídio contra a etnia tutsi, no Ruanda, “foi deliberado, sistemático e realizado em plena luz do dia”, lembra António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a propósito deste massacre, que ocorreu há 28 anos.
De acordo com o responsável, “ninguém que acompanhasse os assuntos mundiais ou visse o noticiário poderia negar” a “violência doentia que estava a ocorrer”. Segundo o responsável, “poucos se manifestaram e menos ainda tentaram intervir”. O secretário-geral da ONU afirma que “muito mais poderia ter e deveria ter sido feito”, e convidou o mundo a refletir sobre os “fracassos que levaram à situação ruandesa”, que “não foi um acidente e poderia ter sido evitada”.
Ao longo de 100 dias, foram mortas “cerca de 1 milhão de pessoas por autoridades extremistas hutus em 1994”, referem as Nações Unidas, a propósito do Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio contra os Tutsis no Ruanda, assinalado na última quinta-feira, 7 de abril.
Guterres afirma que “28 anos depois dos acontecimentos a mancha da vergonha permanece”. Uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 2003 o Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio contra os Tutsis no Ruanda. A cerimónia oficial em memória das vítimas deste genocídio está marcada para o próximo dia 21 de abril.