Os Missionários da Consolata encontram-se a acolher nas suas instalações em Fátima quatro adultos e sete crianças, com idades entre os quatro e os 12 anos, oriundos da Ucrânia. Os refugiados chegaram à Cova da Iria “há cerca de três semanas”, através da Junta de Freguesia de Fátima. “Por intermédio do padre Sílvio, ucraniano a residir em Fátima, chegou o pedido à Consolata para acolhimento de refugiados ucranianos que estivessem de passagem até conseguirem ficar autónomos”, explicou o religioso.
Entre os refugiados está “um casal com três filhos, uma mãe com dois filhos e uma avó com dois netos”, aponta Simão Pedro, sacerdote Missionário da Consolata. Segundo o religioso, os refugiados chegaram “cansados, depois de dois dias inteiros de viagem, mas felizes, por finalmente, chegarem a um porto seguro”. Os refugiados encontram-se numa “casa anexa para maior autonomia”, sendo que os adultos se encontram a aprender a língua portuguesa, para depois “facilitar a procura de emprego”. Já as crianças, depois de cinco dias da sua chegada a Fátima, “estavam já inseridas em colégios de Fátima”.
Entre os funcionários dos Missionários da Consolata em Fátima está Emília, uma imigrante ucraniana que se encontra em Portugal há 24 anos, e que agora faz ligação com os refugiados. “A Emília acolheu dois netos e a nora. O filho ficou lá para combater. É uma realidade difícil – uma avó contente por ter os netos junto dela, mas muito amargurada, e é comovente ver”, descreve o padre Simão Pedro, realçando a importância deste gesto para a congregação religiosa. “O carisma dos Missionários da Consolata é atender e apoiar os que estão nas periferias e, neste momento, os refugiados da guerra da Ucrânia precisam de nós. Portugal tem sido um grande exemplo de acolhimento”, destacou o religioso, em declarações à agência Ecclesia.