A 202.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) chegou ao fim quinta-feira, 28 de abril. Em consonância a com as palavras iniciais de José Ornelas, presidente da CEP, sobre a “grave questão dos abusos sexuais de menores e adultos vulneráveis na Igreja”, a assembleia “reconheceu a importância das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis e consequente constituição de uma coordenação nacional para implementar procedimentos, orientações e esclarecimentos que possibilitem um melhor e mais articulado trabalho de todos”.
“Às pessoas que passaram pela dramática situação do abuso no âmbito eclesial, os bispos reafirmam um sentido pedido de perdão, em nome da Igreja Católica, e o empenho em ajudar a curar as feridas. Agradecem também a quem se aproximou para contar a sua dura história, superando compreensíveis resistências interiores”, lê-se no comunicado final do encontro, que decorreu em Fátima.
A Assembleia Plenária da CEP contou com a participação de “todos os membros da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais Contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa”, os quais deverão “estudar este drama na vida da Igreja, com o objetivo de chegar, de forma inequívoca e eficaz, ao esclarecimento e à verdade dos factos através do estudo dos arquivos históricos existentes em cada diocese, num trabalho de colaboração e confiança mútua com cada bispo diocesano. A comissão apresentou ainda o trabalho realizado até ao momento e apelou a que se divulgassem mais amplamente os contactos da comissão nas instituições eclesiais e na sociedade civil, promovendo assim a continuidade do testemunho de possíveis vítimas”.
Ajuda à Ucrânia
José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, destacou no decorrer do encontro a “generosidade dos portugueses manifestada no apoio aos ucranianos nas consequências da guerra na Ucrânia, referenciou a campanha da Cáritas Portuguesa, ‘Cáritas ajuda Ucrânia’, com os apoios económicos já prestados e a disponibilidade que existe para colaborar com os ucranianos na fase pós emergência da guerra, com a coordenação da Cáritas Internacional”.
Pobreza
O responsável manifestou “também a preocupação com o desequilíbrio na sociedade relativamente aos rendimentos entre os portugueses, agravado com a inflação nos bens alimentares, energia, gás e combustíveis. O aumento do custo de vida e o expectável aumento dos juros são preocupações para as famílias e especialmente para quem está com despesas de mensalidades com habitação. Entretanto, na rede Cáritas regista-se um aumento de pedidos de apoio por parte das comunidades migrantes em vários pontos do país”.
José Traquina deu ainda conta da “preocupação que tem chegado dos centros sociais paroquiais e outras instituições particulares de solidariedade social (IPSS), quanto à sua viabilidade por dificuldades económicas, agora também a agravarem-se com a inflação”. Devido às “dificuldades destas instituições”, esta problemática “será retomada na próxima oportunidade com mais informação para refletir acerca do seu futuro”, assinala o comunicado final da Conferência Episcopal Portuguesa, que teve início na última segunda-feira, 25 de abril.