trabalho

A mensagem do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) para o Dia do Trabalhador, assinalado este domingo, 1 de maio, foi este ano elaborada pelo Movimento de Trabalhadores Cristãos (MTC) oriundo do Uganda. A missiva debruça-se sobre os efeitos do confinamento gerado pela pandemia da covid-19 naquele país, nomeadamente a perda de cerca de 700 mil postos de trabalho.

A quantidade de migrantes ugandeses passou de 25.363 para 9.026, uma diminuição atribuída ao confinamento. Apesar dos relatos de más condições de trabalho, os ugandeses emigraram para o Médio Oriente, sobretudo para a Arábia Saudita e para os Emirados Árabes Unidos. Em colaboração com o MMTC, o Movimento dos Trabalhadores Cristãos do Uganda, apela à melhoria das leis e condições laborais, para que estas protejam as pessoas do trabalho precário, e das incertezas que afetam a vida social e económica.

“É tempo de pensar naqueles que perderam os seus empregos durante o longo período de confinamento devido à pandemia da covid-19 e que já não podem ‘dar-se ao luxo’ de comprar bens de primeira necessidade. Tal como o Papa Francisco, pensamos naqueles que estão desempregados, naqueles que vão bater às portas das fábricas, das empresas, das casas, perguntando se há ‘alguma coisa’ para fazer e obter ‘nada’. Pensamos naqueles que sentem a sua dignidade ferida, porque não conseguem encontrar trabalho e voltam para casa sem nada”, afirma a Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC).

Os trabalhadores cristãos afirmam que “o que dá dignidade não é só trazer o pão para casa, mas ganhá-lo” e que se as pessoas não têm essa possibilidade, então existe uma injustiça social. “Os governos devem dar a todos a oportunidade de ganhar o seu pão, porque é isto que lhes dá dignidade. O trabalho é um ato de dignidade. Através do seu trabalho, o Homem, normalmente, sustenta-se a si próprio e à sua família”, referem os trabalhadores, citando a constituição pastoral “Gaudium et Spes” (Alegria e esperança, em português).