Depois de terem fugido de “violentos confrontos intercomunitários” na área administrativa especial de Abyei (Sudão do Sul), “cerca de 33 mil pessoas deslocadas, a maioria mulheres e crianças pequenas”, estão “há mais de dois meses” no condado de Twic, muitas delas a viver “ao ar livre”, sem acesso a bens essenciais, como “abrigo, comida e água limpa”, referem os Médicos Sem Fronteiras (MSF), em comunicado.
Susana Borges, coordenadora-geral dos MSF no Sudão do Sul, refere que a situação nos acampamentos de deslocados “é terrível”. “As pessoas vivem em abrigos improvisados feitos de varas e panos. Os pais estão literalmente a tirar folhas das árvores e a cozinhá-las para alimentar os seus filhos devido à falta de comida. Estamos a fazer o nosso melhor para responder, mas é necessário mais assistência de outras organizações para dar resposta à escala desta crise”, disse a responsável, citada pelos serviços de comunicação da organização humanitária.
Com o objetivo de ajudar esta população, nos últimos dois meses, os MSF forneceram um “total de 374,2 toneladas métricas de alimentos e uma média de 14,5 litros de água limpa por pessoa por dia nos diferentes locais”. Os elementos da organização humanitária também construíram “135 latrinas” e procederam à distribuição de bens de primeira necessidade, como “cobertores, redes mosquiteiras, depósitos para água e sabão para cerca de 10 mil famílias”.