Estava eu ainda na Coreia do Sul, e preparávamo-nos para abrir uma nova comunidade naquele país. Sendo eu o superior dos Missionários da Consolata na Coreia do Sul coube-me a mim escrever ao bispo para lhe pedir autorização. Nunca esquecerei as suas palavras: ‘Vinde, também nós precisamos de consolação’. Parece-me, porém, que, com ele, milhões dos nossos irmãos e irmãs poderiam dizer o mesmo.
Vivemos num mundo que se descobre dia após dia cada vez mais necessitado de consolação. Guerras que nunca acabaram, outras que começaram, umas longe, outras perto, mas que a todos afetam. Pandemias que nos batem à porta e tantas outras doenças, físicas ou sociais, que continuam silenciosamente a gerar dor e desalento. Pobrezas materiais e espirituais que empurram multidões dos nossos irmãos e irmãs para a beira das estradas.
Neste mês de junho celebramos a festa da nossa querida Mãe Consolata. É uma ocasião de ouro para renovar o nosso empenho em sermos instrumentos de consolação. Basta uma palavra ou um gesto para consolar os de perto, não esquecendo os geograficamente e existencialmente longe.